Treinamento Presencial ou EAD?
Muitas vezes nos perguntam o que é melhor para o seguimento de segurança do trabalho, se treinamento na modalidade presencial ou na modalidade ensino a distância (EAD).
Para uma melhor análise é necessário ver o comportamento dos participantes nos treinamentos na forma tradicional, ou seja, na modalidade presencial.
Normalmente, o que vemos é o profissional ministrante do treinamento, usualmente um técnico de segurança se desloca ao local e, com slides projetados começa sua explanação. Ocorre, porém, que mais comumente do que se imagina, os participantes, com a desculpa de ter alguma emergência na fábrica, saem da sala e, em tese, se deslocam para resolver o eventual problema. Isto faz com que, o profissional participante assista apenas a parte do curso. Findo o curso, de curta duração, acaba por receber um certificado de participação.
Com isso, podemos dizer que temos algumas questões a levantar:
a) Será que o participante parcial, realmente, absorveu todo o aprendizado necessário?
b) Será que realmente houve a emergência na fábrica que provocou seu afastamento precoce de parte do treinamento?
c) Será que o participante e a própria empresa consideram treinamentos afetos a segurança do trabalho importantes?
E que pode ser feito de diferente pelo ministrante do treinamento para mudar este status quo? Acreditamos que nada. O profissional foi contratado para estar na empresa durante o tempo do treinamento e ministrá-lo. É o ambiente da empresa com seus problemas e soluções, assim sendo, torna-se muito difícil que alguém externo promova as mudanças necessárias.
Observando o que acontece muitas vezes, nos transparece até um tal desrespeito com o profissional que lá está ministrando o treinamento, uma vez que este se dedica e os participantes ficam em um entra e sai sem fim, o que não é bom para nenhuma das partes.
A pergunta que fica é: será que este treinamento foi produtivo e prazeroso para todos? Muitas vezes a resposta é pouco produtivo e até frustrante.
Já, quanto a metodologia Ensino e Distância (EAD), desde que seja utilizada uma boa plataforma de ensino, o participante tem a necessidade de estudar o material didático fornecidos, seja nas mais diferentes formas de apresentação, e responder a questionários que acabam por avaliar a assimilação do conteúdo.
Pelo que notamos nestes longos anos de aplicação desta metodologia, existem as seguintes vantagens na aplicação:
a) Os participantes notadamente têm a necessidade de estudar o material didático para responder as avaliações.
b) Só é emitido certificado para aqueles que conseguirem certo aproveitamento.
c) O curso pode ser realizado de forma não continua, ou seja, o participante pode iniciar, para resolver algo, voltar e concluir, trazendo assim mais flexibilidade e compatibilidade com os imprevistos apresentados na empresa.
Além disso, há algum tempo, fizemos algumas simulações de custo entre treinamento presencial e EAD, especial com uso de estrutura externa, onde concluímos que os cursos na modalidade EAD ou semipresencial se tornavam muito mais em conta, mas isto varia de empresa para empresa e para cada projeto em especial.
Cabe então esclarecer alguns pontos:
a) O curso no formato EAD é legalmente aceito? Pela NR 01 são aceitos os cursos nos formatos presencial, semipresencial e EAD.
b) Qualquer palestra por vídeo conferência pode ser considerada como curso em EAD? A resposta é não. Pela própria NR 01, há a necessidade de projeto pedagógico específico para treinamentos ministrados nas modalidades ensino a distância ou semipresencial
c) O curso em EAD se aplica em todos os cursos? A resposta é não. Legalmente, alguns cursos necessitam da aplicação de parte prática e este conteúdo necessariamente deve ser presencial.
Além destes tópicos, é premente a observação do público-alvo. Apesar de hoje ser uma realidade o uso das ferramentas de informática, muitos profissionais encontram dificuldade em manipular dispositivos e plataformas de ensino. Neste caso, a solução ainda continua a ser o bom e velho treinamento presencial.
